A História da Ilha da Boa Viagem

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Marco natural e histórico de Niterói, o primeiro registro cartográfico conhecido é uma carta holandesa de Dierick Ruiters, datada de 1618. Ela pertence a um contexto da colonização da América Portuguesa, onde o ato de fortificar os pontos estratégicos assumiu uma importância fundamental para salvaguardar o controle do território pela Coroa Portuguesa. Neste sentido, pode-se destacar a Ilha da Boa Viagem como um dos pontos privilegiados para a observação da Baía da Guanabara e cercanias.

A primeira edificação erguida na ilha foi uma pequena capela em honra à Nossa Senhora da Boa Viagem, construída por ordem de Diogo Carvalho de Fontoura. De acordo com o relato do viajante Thomas Ewbank, no século XIX, a capela era profusamente decorada e reportava-se ao tema marinho. Ela tinha um teto pintado com cenas de naufrágio e painéis de azulejos holandeses azuis que decoravam as paredes e a pia batismal de porcelana. Segundo ele, a maior parte da decoração era resultado de oferendas de marujos e fiéis.

Além da função religiosa, a Igreja funcionava também como um espaço fortificado para defesa da Baía e como ponto de referência para as embarcações náuticas.

Esta edificação, localizada no terraço mais elevado da ilha, foi construída por volta de 1650 e desde então passou por várias reconstruções e reformas (1734, 1884, 1909, 1934). Ainda hoje, há uma lápide existente na porta lateral que diz: “Principiou esta obra em 1734 sendo o Mre. Amaro da Sva. Dor. J. de Farias Rº Pre. Mel. Ces. De C. e mais 173 devotos”.

Tratava-se certamente de uma reconstrução. Num plano mais abaixo, existe a segunda edificação mais antiga da Ilha: o fortim ou bateria da Boa Viagem. Apesar de algumas controvérsias quanto a data de sua construção, os registros históricos mais antigos apontam para o ano de 1702, quando o então Capitão-Governador Luís César de Menezes, tomou a iniciativa de estabelecer uma posição fortificada (com cinco ou seis peças de artilharia na Boa Viagem).

A ilha desempenhou a função de centro de peregrinações dos “homens do mar”, ficando célebre pelas festas religiosas, as quais culminavam com uma pomposa processão marítima.

 

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